...Biologia...

terça-feira, junho 05, 2007

Mais riscos de salinização para aquíferos devido alterações climáticas

As águas subterrâneas localizadas em zonas costeiras correm riscos crescentes de salinização devido a fenómenos relacionados com as alterações climáticas como a subida das águas do mar e a maior frequência de secas em Portugal, conclui um relatório.
Esta conclusão está no relatório da II Fase do Projecto SIAM, um estudo sobre impactos e medidas de adaptação às alterações climáticas em Portugal, que será publicado no próximo mês de Novembro.


"Fizemos um estudo do impacto das alterações climáticas sobre as águas subterrâneas. Os aquíferos costeiros, em particular os do Algarve, correm um maior risco de salinização (intrusão de água salgada) no futuro devido à subida da água do mar e à sobre-exploração resultante de uma maior pressão sobre os aquíferos devido à redução da precipitação anual", disse à agência Lusa o coordenador do Projecto SIAM, Filipe Duarte Santos.


Este ano, por exemplo, foi já necessário, devido à seca, reduzir em 50 por cento as captações no aquífero Querença-Silves, que abastece vários municípios do Barlavento algarvio, como Lagos, Portimão, lagoa, Silves e Vila do Bispo.

"Com a tendência para o aumento dos fenómenos extremos, como a seca, há que acautelar a sustentabilidade deste tipo de exploração [captação em aquíferos]", frisou o especialista.
A II Fase do SIAM (o primeiro livro foi publicado em Junho de 2002) inclui "estudos mais detalhados sobre o clima de Portugal", incluindo as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, que tinham ficado de fora no primeiro relatório, e apresenta um estudo de caso focado na bacia hidrográfica do Sado.

Face aos cenários climáticos futuros que apontam para uma maior frequência dos fenómenos extremos, como a seca ou as cheias, Filipe Duarte Santos salienta que "o risco dos incêndios florestais também vai continuar a aumentar".

"No sector das florestas, é necessário fazer um ordenamento do território que permita a adaptação a um clima ligeiramente diferente no futuro", adiantou o investigador e professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Embora não fosse traçado para Portugal qualquer cenário relacionado com as tempestades, Filipe Duarte Santos salienta que há estudos relativamente aos furacões e tufões que apontam para uma maior frequência das classes 4 e 5 (as mais violentas), um fenómeno que está também relacionado com as alterações climáticas.

"O aumento da temperatura média da baixa atmosfera e a subida da temperatura dos oceanos têm influência na formação das tempestades tropicais", explicou.

No entanto, para já Portugal está a salvo, já que estes fenómenos acontecem sobretudo "em regiões onde a temperatura oceânica é mais elevada", como no Oceano Pacífico.
As alterações climáticas vão estar em destaque nos dias 07 e 08 e Novembro, quando se vai reunir em Lisboa um grupo de especialistas com o objectivo de fazer a coordenação da investigação científica sobre alterações climáticas actualmente em curso na União Europeia.
O Projecto "Climate Change in Portugal. Scenarios, Impacts and Adaptation Measures" (SIAM) iniciou-se em meados de 1999.

Os estudos já apresentados basearam-se em cenários do clima futuro obtidos a partir de modelos de circulação geral da atmosfera e incidiram sobre um conjunto de sectores sócio-económicos e sistemas biofísicos designadamente: recursos hídricos, zonas costeiras, agricultura, saúde humana, energia, florestas e biodiversidade e pescas.
Foi também realizada uma análise sociológica sobre a problemática das alterações climáticas em Portugal.

sábado, maio 12, 2007

Onde encontrar fósseis em Portugal?

Museu Geológico:

A colecção de Paleontologia inclui vários milhares de exemplares correspondentes à maior parte das espécies fósseis conhecidas em Portugal, e constitui uma indispensável colecção de referência a nível nacional e internacional. Nesta colecção existem exemplares representativos de praticamente todos os grupos paleontólogos fósseis, podendo destacar-se as colecções de invertebrados marinhos, de dinossauros jurássicos e de grandes vertebrados do período Terciário do baixo Vale do Tejo. São particularmente importantes os conjuntos de fósseis de Dinossauros mesozóicos e o dos grandes mamíferos terciários.

Alguns dos sítios onde podemos observar fósseis em Portugal são:

Cabo Mondego, Figueira da Foz ->
Fósseis de gastrópodes em siltitos cretácicos
Pedreira do Galinha, Ourém->Pista de pegadas de dinossauros.
Buçaco->Trilobite Dalmanites socialis, Ordovícico
Ançã, Coimbra ->Gastrópodes, Cretácico
Penha Garcia, Idanha-a-Nova ->Icnofósseis em quartzitos
Cabo Espichel -> Gastrópode, Jurássico Superior

sexta-feira, abril 20, 2007

De onde "virão" as Berlengas?

O granito da Berlenga corresponde a um tipo geológico único na Europa, sendo todavia comum no continente americano.

Na costa de Peniche podemos observar belas arribas formadas por rochas sedimentares com abundantes fosseis marinhos de idade mesozóica, contemporâneas dos dinossáurios. Estas rochas em nada se assemelham às que encontramos na Berlenga, nas Estelas e nos Farilhões. Nestas ilhas ocorrem rochas magmáticas e metamórficas – granitos vermelhos bastante deformados, gnaisses e xistos – que apresentam mais afinidade com outras formações geológicas do interior da Península Ibérica.

Pensa-se que as rochas graníticas do arquipélago das Berlengas se terão gerado há cerca de 280 milhões de anos, durante a formação de uma importante cadeia de montanhas – a cadeia Varisca – que na Era Paleozóica se estendia desde o que hoje chamamos de Apalaches aos Urais. Esta cadeia resultou do fecho de um grande oceano e da colisão das massas continetais Gondwana e Laurentia, que bordejavam as suas margens. Vestígios dos fundos desse oceano encontram-se ainda nas regiões de Beja e Bragança-Morais, enquanto a chamada zona Sul Portuguesa e o Terreno Ibérico faziam as suas margens opostas. Hoje, os geólogos discutem ainda a verdadeira posição do arquipélago das Berlengas neste contexto geodinâmico complexo.

Os grupos das Estelas e da Berlenga são constituídos por rochas graníticas de idade permocarbónica, alguns afloramentos de terraços marinhos quaternários (conglomerados) e de areias de praia actuais.

Os granitos apresentam cor vermelha ou esbranquiçada, com granularidade média, ou, mais raramente, fina. Também podem ser observados Filões e filonetes de microgranito, de quartzo e de barite.
Contudo, o aspecto mais relevante das rochas é a sua deformação.
Por sua vez, o grupo dos Farilhões é constituído por rochas metamórficas, xistos e gnaisses de idade ante-mesozóica, afectados por uma importante fracturação.

domingo, fevereiro 25, 2007

Aula de Campo - Ocupação Antrópica e Riscos Geológicos

No âmbito da matéria estudada em Geologia – Ocupação antrópica e problemas de ordenamento – foi realizada uma aula de campo no dia 16 de Fevereiro!
Para podermos relacionar o que nos é dado na aula com aquilo que realmente acontece no nosso dia-a-dia, fomos aos locais que melhor ilustram acontecimentos de risco geológico (Arcos de Valdevez, Frades, Escombreira da mina d'Arca, Ribeira das Pombas; Ofir e Apúlia). Com este trabalho/pesquisa de campo, concluímos que o aumento da população leva uma crescente necessidade para mais locais destinadas a agricultura e essencialmente ao crescimento das áreas destinadas à construção de novos equipamentos (habitações, serviços, etc.) e vias de comunicação.
Os problemas do aumento gradual populacional agravam-se em redor das grandes cidades, locais de destino de grandes fluxos migratórios. Esta pressão provoca uma intensa ocupação humana dos solos, fazendo surgir cinturas urbanas cada vez mais alargadas. Frequentemente, esta ocupação faz-se sem qualquer planificação ou conhecimento da área a ocupar aumento a probabilidades de acidentes geológicos.
Todas as situações a que assistamos poderiam ter sido evitadas se o conhecimento resultante do estudo dos materiais da geosfera e dos fenómenos geológicos que permitem elabora cartas de risco geológico onde estão indicadas as áreas de maior ou menor risco. Este conhecimento, bem como a planificação ou ordenamento do território que o mesmo torna possível, permite minorar os riscos de ocupação antrópica, na medida e que promove uma ocupação racional dos solos em função do fim a que se destinam; proporcionando uma diminuição do risco geológico, protegendo o património construído e essencialmente as pessoas!

domingo, fevereiro 04, 2007

Jacinto-de-Água

Espécie: Eichornia crassipes
Género: Eichhornia
Família: Pontederiaceae
Ordem: Commelinales
Classe: Liliopsida
Filo: Magnoliophyta
Reino: Plantae

Origem geográfica e Forma de introdução em Portugal:
Esta espécie tem origem na Bacia do Amazonas e foi introduzido na Europa por motivos ornamentais. É uma espécie da família que se espalhou pelas regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo, tendo sido vista pela primeira vez em Portugal nos anos 30, mais especificamente nas linhas de água do Ribatejo, Alto Alentejo, Estremadura e Beira Litoral, tornando-se um problema.
É uma planta flutuante que se move devido às correntes da água e ao vento, formando tapetes intermináveis à superfície da água, que cria a ilusão de se tratar de terra firme. Desenvolve-se bastante na Primavera, mas no Outono a sua taxa de crescimento decresce devido à descida das temperaturas e à ocorrência de geadas.
O que leva esta espécie intrusa a multiplicar-se tão rapidamente em ambientes estranhos é principalmente a vantagem de não terem os seus predadores naturais, que as manteriam em equilíbrio!

Impacto ambiental:
O Jacinto Aquático dificulta o aproveitamento das águas para a rega e gado e provoca a alteração das características físico-químicas da água. Devido ao tapete que forma sobre a superfície da água provoca o efeito de sombra que impede a actividade fotossintética, a redução da produção de fitoplâncton e a diminuição das trocas gasosas entre o ar e a água. Esta espécie origina grandes massas de material em decomposição da qual pode resultar anaerobioses e interfere com o desenvolvimento das espécies autóctones.

Medidas de combate:
É bastante difícil combater esta praga, mas existem vários meios de luta que podem em grande parte solucionar o problema. Estes meios podem ser: Mecânicos: utilizando gruas com pás colhedoras; ou Biológicos: introduzindo-se coleópteros e ácaros; e químicos, utilizando herbicidas.
O problema dos meios de luta mecânicos é o facto de serem demorados, apesar de implicarem menos riscos secundários. Os meios biológicos consistem na introdução de inimigos ou predadores naturais da espécie em causa. No entanto, estes podem também causar desvantagens no ecossistema devido a poderem competir com as espécies nativas, se bem que quando o problema é estudado com atenção e cuidado, consegue-se resolver a infestação. Relativamente aos meios químicos, estes têm a inconveniência de possuírem substâncias nocivas para a vida animal, sendo por isso um dos meios que os ambientalistas tentam utilizar menos. Contudo, por vezes os problemas que estes causam são menores comparados com os provocados pelo Eichornia crassipes.
Pode-se também, em vez de se lutar contra esta espécie, usufruir dos seus benefícios. Por exemplo, o Jacinto Aquático pode ser utilizado para o tratamento de efluentes, para a produção de rações para o gado, extracção de produtos químicos, combustível, entre outros. Contudo o seu aproveitamento não é económico devido a sua apanha ser demorada e o Jacinto conter grandes quantidades de água.

Este tipo de plantas invasoras, como este exemplo do Jacinto de Água, é sem duvida a versão biológica da globalização. Razão pela qual devemos estar atentos porque o risco da uniformidade é cada vez mais real!

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Invasores biológicos

Vêm de longe, crescem, reproduzem-se e vencem. São plantas e animais que – livres dos seus predadores naturais – ameaçam as espécies nativas. Toda amarelinha, a mimosa é linda. E ainda mais agressiva.

Chegam de partes longínquas, quase sempre pela mão do Homem, e dão-se tão bem, multiplicam-se de tal maneira, que ameaçam a sobrevivência de tudo o resto em volta. Podem ser plantas (como a mimosa, o jacinto-de-água ou o chorão-das-praias), animais (a gambúsia) e até microrganismos que provocam doenças (dos ulmeiros, por exemplo).
Todos seguem a mesma estratégia: ocupar o território até torná-lo uniforme. São a versão biológica da globalização.

Chamam-se “invasoras” a estas espécies pois, “uma vez introduzidas, têm a capacidade de multiplicar-se sem a intervenção directa do Homem e com tal sucesso que ameaçam as espécies nativas, eliminando-as completamente em algumas situações”. Em regra, a intenção subjacente à introdução de uma espécie exótica é benigna.

No século XIX, a mimosa, do género Acácia – nativa da Tasmânia, no Sudeste da Austrália – foi cultivada no Litoral e em parques naturais como espécie ornamental e para fixação dos solos. Hoje é, provavelmente, a espécie invasora mais agressiva em sistemas terrestres em Portugal Continental. Está em todo o lado, do Minho ao Algarve, e, como se não bastasse, a sua germinação é estimulada pelo fogo.
Ainda que nem todas as espécies exóticas a introduzir se tornem invasoras, todas devem ser tratadas como tal e só após provada a sua segurança autorizar-se a sua introdução. De outra maneira, o mundo global será não só económico e cultural, mas também biológico. O risco da uniformidade é cada vez mais real.

terça-feira, novembro 28, 2006

Quem disse que os homens nao "engravidam"??

Achei muito interessante por este história no blog, afinal trata-se de uma mutação genética; e também porque é sem dúvida uma das histórias mais bizarras que ja li!!

Sanju Bhagat é indiano. Vive na cidade de Nagpur e, desde sempre, teve a noção de que a sua barriga era maior do que o normal.
A situação foi piorando até que, numa noite de Junho de 1999, Sanju começou a sentir grande dificuldade em respirar. Uma ambulância levou o homem de 36 anos ao hospital. Os médicos pensaram que talvez tivesse um tumor na barriga. Decidiram então operá-lo e tentar removê-lo.
Quando o cirurgião lhe abriu o estômago, o extraordinário aconteceu: “Para minha surpresa e horror” – contou Ajay Mehta, o médico que o operou no hospital Tata Memorial – “vi umas mãos humanas estendidas como se me fossem cumprimentar.” À medida que prosseguia, ia retirando do estômago do indiano órgãos humanos: um fígado, partes genitais, cabelo, rins. Tão grandes eram os restos que a dilatação do estômago já fazia uma enorme pressão sobre o diafragma do homem, impedindo-o quase de respirar. Na barriga do desgraçado Sanju estavam os restos de uma criatura humana mal-formada cujas origens os médicos iam agora determinar.

À primeira vista, poder-se-ia pensar que o impossível acontecera e o homem tinha engravidado. A explicação é muito mais bizarra: o que os médicos removeram do estômago de Sanju foi o seu irmão gémeo. Por outras palavras: o que descobriram foi uma das mais bizarras situações médicas existentes no mundo, a chamada Fetus in Fetu. Fetus in Fetu é uma rara anormalidade que ocorre quando um feto fica preso no interior do seu irmão gémeo. O feto “parasita” pode sobreviver durante algum tempo após o nascimento do irmão, pois desenvolve uma estrutura do tipo cordão umbilical para se alimentar.
Este tipo de ocorrência é tão rara que, em toda a história da literatura médica, ficaram registados menos de 90 casos.