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domingo, fevereiro 04, 2007

Jacinto-de-Água

Espécie: Eichornia crassipes
Género: Eichhornia
Família: Pontederiaceae
Ordem: Commelinales
Classe: Liliopsida
Filo: Magnoliophyta
Reino: Plantae

Origem geográfica e Forma de introdução em Portugal:
Esta espécie tem origem na Bacia do Amazonas e foi introduzido na Europa por motivos ornamentais. É uma espécie da família que se espalhou pelas regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo, tendo sido vista pela primeira vez em Portugal nos anos 30, mais especificamente nas linhas de água do Ribatejo, Alto Alentejo, Estremadura e Beira Litoral, tornando-se um problema.
É uma planta flutuante que se move devido às correntes da água e ao vento, formando tapetes intermináveis à superfície da água, que cria a ilusão de se tratar de terra firme. Desenvolve-se bastante na Primavera, mas no Outono a sua taxa de crescimento decresce devido à descida das temperaturas e à ocorrência de geadas.
O que leva esta espécie intrusa a multiplicar-se tão rapidamente em ambientes estranhos é principalmente a vantagem de não terem os seus predadores naturais, que as manteriam em equilíbrio!

Impacto ambiental:
O Jacinto Aquático dificulta o aproveitamento das águas para a rega e gado e provoca a alteração das características físico-químicas da água. Devido ao tapete que forma sobre a superfície da água provoca o efeito de sombra que impede a actividade fotossintética, a redução da produção de fitoplâncton e a diminuição das trocas gasosas entre o ar e a água. Esta espécie origina grandes massas de material em decomposição da qual pode resultar anaerobioses e interfere com o desenvolvimento das espécies autóctones.

Medidas de combate:
É bastante difícil combater esta praga, mas existem vários meios de luta que podem em grande parte solucionar o problema. Estes meios podem ser: Mecânicos: utilizando gruas com pás colhedoras; ou Biológicos: introduzindo-se coleópteros e ácaros; e químicos, utilizando herbicidas.
O problema dos meios de luta mecânicos é o facto de serem demorados, apesar de implicarem menos riscos secundários. Os meios biológicos consistem na introdução de inimigos ou predadores naturais da espécie em causa. No entanto, estes podem também causar desvantagens no ecossistema devido a poderem competir com as espécies nativas, se bem que quando o problema é estudado com atenção e cuidado, consegue-se resolver a infestação. Relativamente aos meios químicos, estes têm a inconveniência de possuírem substâncias nocivas para a vida animal, sendo por isso um dos meios que os ambientalistas tentam utilizar menos. Contudo, por vezes os problemas que estes causam são menores comparados com os provocados pelo Eichornia crassipes.
Pode-se também, em vez de se lutar contra esta espécie, usufruir dos seus benefícios. Por exemplo, o Jacinto Aquático pode ser utilizado para o tratamento de efluentes, para a produção de rações para o gado, extracção de produtos químicos, combustível, entre outros. Contudo o seu aproveitamento não é económico devido a sua apanha ser demorada e o Jacinto conter grandes quantidades de água.

Este tipo de plantas invasoras, como este exemplo do Jacinto de Água, é sem duvida a versão biológica da globalização. Razão pela qual devemos estar atentos porque o risco da uniformidade é cada vez mais real!

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