...Biologia...

quarta-feira, outubro 25, 2006

Clonagem terapêutica

Criador da ovelha Dolly autorizado a clonar embriões humanos


Ian Wilmut, criador da ovelha Dolly, recebeu autorização do governo britânico para clonar embriões humanos, no seguimento da sua pesquisa sobre doenças neurológicas. A autorização que apenas tem fins terapeuticos provocou protestos de grupos opositores. No entanto, Ian Wilmut assegura que o seu trabalho "não tem nada a ver com a clonagem reprodutiva", assinalando que as experiências permitam avanços nos tratamentos de enfermidades degenerativas.
Wilmut e sua equipa ficaram famosos quando anunciaram, em 1997, a clonagem de um animal, a ovelha Dolly. O animal envelheceu prematuramente e sofreu eutanásia em 2003. Mas o anúncio de seu "nascimento" criou um intenso debate nos meios de comunicação sobre a ética da clonagem, uma discussão que ainda persiste.
O objectivo da pesquisa de Wilmut é fazer crescer embriões para que se convertam em tecidos que possam ser utilizados para tratar zonas do corpo danificadas por enfermidades como a Doença de Parkinson. A meta de Wilmut e sua equipe é extrair células-tronco de pacientes com doenças degenerativas e implantá-las em óvulos fertilizados, criando assim embriões clonados. As células desses embriões serão depois usadas para desenvolver neurónios motores, que são longos nervos que transmitem mensagens eléctricas do cérebro e da medula espinhal para os músculos.

In jornal "A Pagina"

sexta-feira, outubro 20, 2006

Reprodução Assexuada


A reprodução assexuada ocorre quando se formam clones a partir de um ser vivo. Não é necessária a intervenção de gâmetas. Os novos seres podem nascer a partir de fragmentos do ser vivo.

Entre os animais, um dos exemplos mais conhecidos é o da estrela-do-mar que, ao perder um dos braços, pode regenerar os restantes, formando-se uma nova estrela-do-mar do braço seleccionado. O novo ser é geneticamente idêntico ao "progenitor". É a o que se chama um "clone".
Nas plantas a reprodução assexuada é também frequente, utilizando-se esta capacidade reprodutiva na agricultura. Por exemplo, as laranjas da Bahia (sem sementes) provêm todas do mesmo clone (considerando clone o conjunto de todos os seres geneticamente idênticos, provenientes de um mesmo ser vivo), a partir de uma laranjeira mutante. Efectivamente, esta árvore, ao não produzir sementes só se pode reproduzir por enxerto ou estaca!
Há vários tipos de clonagem assexuada. Os mais conhecidos são:

  • Fragmentação - o organismo fragmenta-se espontaneamente ou por acidente e cada fragmento desenvolve-se originando novos seres vivios.(ex: algas, estrela-do-mar)
    Partenogénese - processo através do qual um óvulo se desenvolve originando um novo organismo, sem ter havido fecundação.(ex: abelha, formiga, alguns peixes, alguns repteís, alguns anfíbios)
  • Bipartição ou fissão binária - um indivíduo divide-se em dois com dimensões sensivelmente iguais.(ex: ameba, planária, paramécias)
    Gemulação - num organismo formam-se uma ou mais dilatações - gomos ou gemas - que crescem e desenvolvem-se originando novos organismos.(ex: hidra de água doce, levedura)
  • Esporulação - formação de células reprodutoras - os esporos - que, ao germinarem, originam novos indivíduos.(ex: fungos)
  • Multiplicação vegetativa - nas plantas, as estruturas vegetativas, raízes, caules ou folhas, por vezes modificadas, originam, por diferenciação, novos indivíduos.[ex: cenouras (raízes), batateira (tubérculo), fetos (rizoma), Bryophyllum (follha)].

quinta-feira, outubro 12, 2006

Albinismo

Copito de Nieve, o único gorila albino do mundo, morreu de cancro de pele


Albinismo refere-se à incapacidade de um indivíduo ou animal de fabricar um pigmento denominado melanina, que dá cor à pele e protege da radiação ultravioleta tanto do Sol como de qualquer dispositivo artificial!
Causas:
Diferentes alterações dos genes podem causar albinismo. Os indivíduos que padecem de albinismo têm o caminho metabólico da produção da melanina interrompido já que sua enzima tirosinase não apresenta nenhuma actividade (ou esta é tão pequena que é insuficiente), de modo que a transformação não ocorre e tais indivíduos ficarão sem pigmentação.
Incidência:
O albinismo é uma disfunção universal que pode afectar tanto o homem como a mulher e também afecta os animais. É muito frequente em ratos, coelhos, cavalos, porcos, peixes, tubarões e tigres.
Consequências:
As pessoas ou animais com albinismo têm muito pouca ou nenhuma pigmentação nos seus olhos, pele ou cabelo. Os cabelos, as sobrancelhas e as pestanas são totalmente brancas ou de um amarelo muito pálido, a tez é extremamente clara e os olhos podem chegar a ser rosados. A despigmentação com que nascem não se modifica com a idade.
Os albinos têm dificuldade de ver em lugares muito claros e podem sofrer queimaduras por radiação solar muito facilmente, sendo muito provável que desenvolvam cancro de pele caso não se protejam adequadamente.
O albinismo pode-se apresentar de forma total ou parcial, afectando respectivamente todo o corpo ou só determinadas zonas. A forma mais comum, no entanto, é a total.
Hereditariedade:
O albinismo é hereditário e está condicionado a um gene pouco comum que gera certas características físicas e que tem carácter recessivo, não aparece em todas as gerações. Estima-se que uma em cada 17.000 pessoas são albinas.
Tratamento:
A terapia genética abre uma possibilidade para os portadores do albinismo. No futuro, estes pacientes poderão receber os genes que faltam a suas células "pigmentadoras", a fim de adquirirem a capacidade de sintetizar a melanina.

Descoberta do RNAi
O Nobel da medicina foi atribuído a Andrew Z. Fire e Craig C. Mello pelo seu trabalho na descoberta da interferência de RNA (RNAi).
A importância desta descoberta é enorme pelo facto de ser um mecanismo celular envolvido no dogma central da biologia, uma vez que através da RNAi a célula regula o fluxo de informação do genoma até à tradução. Mas é também na ciência aplicada que esta descoberta tem grande impacto. A possibilidade de "desligar" a expressão de genes graças ao uso de pequenas moléculas de RNA em cadeia dupla em que uma das sequências tem especificidade de emparelhamento para o mRNA que se pretende degradar, é já uma realidade na aplicação a células animais. Ou seja, pode-se provocar um fenótipo que seria de um mutante sem manipular o respectivo gene.
Por outro lado, o potencial em aplicações médicas é elevado, pois a "correcção" genética pode estar mais perto e o combate a vírus patogénicos pode sair reforçado por silenciamento dos seus genes.