...Biologia...

domingo, fevereiro 25, 2007

Aula de Campo - Ocupação Antrópica e Riscos Geológicos

No âmbito da matéria estudada em Geologia – Ocupação antrópica e problemas de ordenamento – foi realizada uma aula de campo no dia 16 de Fevereiro!
Para podermos relacionar o que nos é dado na aula com aquilo que realmente acontece no nosso dia-a-dia, fomos aos locais que melhor ilustram acontecimentos de risco geológico (Arcos de Valdevez, Frades, Escombreira da mina d'Arca, Ribeira das Pombas; Ofir e Apúlia). Com este trabalho/pesquisa de campo, concluímos que o aumento da população leva uma crescente necessidade para mais locais destinadas a agricultura e essencialmente ao crescimento das áreas destinadas à construção de novos equipamentos (habitações, serviços, etc.) e vias de comunicação.
Os problemas do aumento gradual populacional agravam-se em redor das grandes cidades, locais de destino de grandes fluxos migratórios. Esta pressão provoca uma intensa ocupação humana dos solos, fazendo surgir cinturas urbanas cada vez mais alargadas. Frequentemente, esta ocupação faz-se sem qualquer planificação ou conhecimento da área a ocupar aumento a probabilidades de acidentes geológicos.
Todas as situações a que assistamos poderiam ter sido evitadas se o conhecimento resultante do estudo dos materiais da geosfera e dos fenómenos geológicos que permitem elabora cartas de risco geológico onde estão indicadas as áreas de maior ou menor risco. Este conhecimento, bem como a planificação ou ordenamento do território que o mesmo torna possível, permite minorar os riscos de ocupação antrópica, na medida e que promove uma ocupação racional dos solos em função do fim a que se destinam; proporcionando uma diminuição do risco geológico, protegendo o património construído e essencialmente as pessoas!

domingo, fevereiro 04, 2007

Jacinto-de-Água

Espécie: Eichornia crassipes
Género: Eichhornia
Família: Pontederiaceae
Ordem: Commelinales
Classe: Liliopsida
Filo: Magnoliophyta
Reino: Plantae

Origem geográfica e Forma de introdução em Portugal:
Esta espécie tem origem na Bacia do Amazonas e foi introduzido na Europa por motivos ornamentais. É uma espécie da família que se espalhou pelas regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo, tendo sido vista pela primeira vez em Portugal nos anos 30, mais especificamente nas linhas de água do Ribatejo, Alto Alentejo, Estremadura e Beira Litoral, tornando-se um problema.
É uma planta flutuante que se move devido às correntes da água e ao vento, formando tapetes intermináveis à superfície da água, que cria a ilusão de se tratar de terra firme. Desenvolve-se bastante na Primavera, mas no Outono a sua taxa de crescimento decresce devido à descida das temperaturas e à ocorrência de geadas.
O que leva esta espécie intrusa a multiplicar-se tão rapidamente em ambientes estranhos é principalmente a vantagem de não terem os seus predadores naturais, que as manteriam em equilíbrio!

Impacto ambiental:
O Jacinto Aquático dificulta o aproveitamento das águas para a rega e gado e provoca a alteração das características físico-químicas da água. Devido ao tapete que forma sobre a superfície da água provoca o efeito de sombra que impede a actividade fotossintética, a redução da produção de fitoplâncton e a diminuição das trocas gasosas entre o ar e a água. Esta espécie origina grandes massas de material em decomposição da qual pode resultar anaerobioses e interfere com o desenvolvimento das espécies autóctones.

Medidas de combate:
É bastante difícil combater esta praga, mas existem vários meios de luta que podem em grande parte solucionar o problema. Estes meios podem ser: Mecânicos: utilizando gruas com pás colhedoras; ou Biológicos: introduzindo-se coleópteros e ácaros; e químicos, utilizando herbicidas.
O problema dos meios de luta mecânicos é o facto de serem demorados, apesar de implicarem menos riscos secundários. Os meios biológicos consistem na introdução de inimigos ou predadores naturais da espécie em causa. No entanto, estes podem também causar desvantagens no ecossistema devido a poderem competir com as espécies nativas, se bem que quando o problema é estudado com atenção e cuidado, consegue-se resolver a infestação. Relativamente aos meios químicos, estes têm a inconveniência de possuírem substâncias nocivas para a vida animal, sendo por isso um dos meios que os ambientalistas tentam utilizar menos. Contudo, por vezes os problemas que estes causam são menores comparados com os provocados pelo Eichornia crassipes.
Pode-se também, em vez de se lutar contra esta espécie, usufruir dos seus benefícios. Por exemplo, o Jacinto Aquático pode ser utilizado para o tratamento de efluentes, para a produção de rações para o gado, extracção de produtos químicos, combustível, entre outros. Contudo o seu aproveitamento não é económico devido a sua apanha ser demorada e o Jacinto conter grandes quantidades de água.

Este tipo de plantas invasoras, como este exemplo do Jacinto de Água, é sem duvida a versão biológica da globalização. Razão pela qual devemos estar atentos porque o risco da uniformidade é cada vez mais real!

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Invasores biológicos

Vêm de longe, crescem, reproduzem-se e vencem. São plantas e animais que – livres dos seus predadores naturais – ameaçam as espécies nativas. Toda amarelinha, a mimosa é linda. E ainda mais agressiva.

Chegam de partes longínquas, quase sempre pela mão do Homem, e dão-se tão bem, multiplicam-se de tal maneira, que ameaçam a sobrevivência de tudo o resto em volta. Podem ser plantas (como a mimosa, o jacinto-de-água ou o chorão-das-praias), animais (a gambúsia) e até microrganismos que provocam doenças (dos ulmeiros, por exemplo).
Todos seguem a mesma estratégia: ocupar o território até torná-lo uniforme. São a versão biológica da globalização.

Chamam-se “invasoras” a estas espécies pois, “uma vez introduzidas, têm a capacidade de multiplicar-se sem a intervenção directa do Homem e com tal sucesso que ameaçam as espécies nativas, eliminando-as completamente em algumas situações”. Em regra, a intenção subjacente à introdução de uma espécie exótica é benigna.

No século XIX, a mimosa, do género Acácia – nativa da Tasmânia, no Sudeste da Austrália – foi cultivada no Litoral e em parques naturais como espécie ornamental e para fixação dos solos. Hoje é, provavelmente, a espécie invasora mais agressiva em sistemas terrestres em Portugal Continental. Está em todo o lado, do Minho ao Algarve, e, como se não bastasse, a sua germinação é estimulada pelo fogo.
Ainda que nem todas as espécies exóticas a introduzir se tornem invasoras, todas devem ser tratadas como tal e só após provada a sua segurança autorizar-se a sua introdução. De outra maneira, o mundo global será não só económico e cultural, mas também biológico. O risco da uniformidade é cada vez mais real.